quinta-feira, 6 de maio de 2010

A MEMÓRIA E O VÍCIO


Mais um ano de eleição,
Eis aqui a decisão.
O ano é de promessas
E com essas, as velhas rezas!

Conhecemos bem os discursos,
Recorrem sempre aos mesmos recursos.
Os sonhos pensados,
O suor derramado;
Os gestos passionais;
As viajens;
Os abraços;
Aplausos !

E lá vai o povo bem cedão com o pé no chão
Só pensam em votar e nada de voltar antes disso!
O Estado proclama que todo cidadão é livre,
Mesmo que haja uma tal cidadania que os forcem a exerce-la.

Cidadania e ironia até rimam
Mas não combinam !
Isso porque a cidadania é apenas um sonho
A ironia uma cruel realidade.

A cidadania sonha com a igualdade,
Com a liberdade;
Com a fraternidade.

A ironia? Que Agonia !
É a parte das rezas sem pernas.
Prometeram e meteram ...
Sim ! Meteram no bolso os mais belos contos,
Hão de re-útiliza-las em breves datas!

O povo sem memória até que comemora,
Mas o esquesito é que logo são esquecidos.
Eis que então a verdade vem atona, e o povo é levado em coma!
Banidos são das reuniões e das decisões,
São meros anões frente à grande burguesia que vincia!

Cabe ao povo um consolo que vale ouro!
Lembrados são em datas especificas e jamais esquecidas.

Meu povo perdoa, mesmo que doa.
Mas amam mesmo são os discursos.
Amam tanto ao ponto de recitar cada palavra dita nos palanques
Amam tanto ao ponto de não se lembrar em quem votou.

Voltou o ciclo.
A memória é póstuma.
Enfim, eis o fim,
Eis o inicio, eis o vicio !


[ARTHUR ABIJAUDE]

Um comentário:

  1. Irmão... curto muito seus versos!
    Pois é. Quando as pessoas trarão as responsabilidades para si mesmas, não é?
    @braços!

    POVO: NÃO SUSTENTE PARASITAS! E não seja um zumbi social! AJA E MUDE!

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